segunda-feira, 27 de maio de 2013

A arte de fazer pipocas



Antes de mais, urge pedir desculpas pela demora deste post. A demora responde o tempo que estive a reflectir sobre um tema para abordar aqui e, depois de dias a reflectir, aparece-me, como se fosse inspiração divina, um tema no meu colo. Porém, como seguinte do método racional, precisei de esperar até que a questão deixasse se ser tão sentimental, para que pudesse ser mais fácil de falar e de desconstruir.
Falo, claro, da questão do Martim, jovem personagem que retracta um discurso velho que, como muitas pessoas que vão à medicina plástica, soube, agora, induzir a si próprio um pelling para estar mais cool e mais jovem. Digo que o discurso é velho, na medida que o empreendedorismo, palavra oca em significado nalgumas bocas, que usam e abusam simplesmente para agradar as massas, é algo que começa em outro tempo e tem agora repercussões quer nas pipocas, quer agora com o puto Martim.

Ora, como afirmei, analisemos a questão: um miúdo, na casa dos 16 anos, enveredou por um caminho de criação de t-shirts que são, afirma, exclusivamente, desde a criação até à fabricação, portuguesas. Na verificação se tal afirmação era correta, Raquel Varela, historiadora e oradora no programa, acaba por perguntar se sabia que os que manufacturavam as t-shirts, referindo-se à população asiática, não ganhavam para a sua própria sobrevivência. Ao que Martim responde que quem manufacturava as t-shirts eram portugueses que ganhavam o salário mínimo. Em forma de remate, Raquel Varela responde que o salário mínimo não chega para as despesas normais de um cidadão português. E é aí que Martim tem a sua célebre frase: mais vale o ordenado mínimo do que nada.

Esta afirmação, é a redução de tudo o que andamos a assistir com os programas “Impulso Jovem” e o tal de ganhe-sem-euros-a-vender-pipocas. Não sabemos, pelo menos eu pessoalmente não sei, qual é a opinião do Martim sobre o Salário Mínimo de pouco mais de 450 euros, que tem que servir para a luz, água, gás, empréstimo da casa e, caso a má sorte bata à porta, da farmácia, sem falar do sagrado direito das pessoas ao pão, à educação, resumindo, à sobrevivência mínima. Não sabemos se o Martim proferiu esta frase, contendo em si uma propaganda ideológica, de melhor a trabalhar e receber pouco do que não receber nada e não ter trabalho. Nada, pelo menos eu não sei, nos garante que o Martim seja mais uma das pipocas que andam a pulular por este enorme tacho a ferver em pouco óleo, que apregoam o sujeitar a tudo e a redução da pessoa a mero produto (é só ver, no youtube, a declaração do abominável homem das pipocas no mesmo programa onde esteve o Martim).

Aquilo que eu sei, é que estamos a viver tempos de propaganda falaciosa. Tempos em que anúncios de produtos são trocados por currículos de pessoas, tempos em que salário mínimo é um abençoado euromilhões, tempos em que mais vale uma migalha de pão do que um estômago cheio de nada. Tempos em que dignidade é vendida em troco de lucros obscenos e temos de aguentar, porque os sem-abrigos aguentam… Tudo isto, porque vivemos o resultado de políticas dispendiosas, de um Estado Social que não tem dinheiro para assegurar direitos (que os próprios trabalhadores tiveram que pagar, com os seus impostos, para obter segurança em más marés) e, principalmente, de andarmos a viver acima das nossas possibilidades, pelo menos é o que nos tentam vender. Por isso, cabe a estas almas a propagação desta ideia: em tempos de vacas magras, o leite tem que ser em reduzida quantidade de pó. Ou isto, ou nada. 

É este o lado negro da frase do Martim. Tudo o resto, o seu louvável empreendedorismo, a sua luta e garra para se afirmar, a sua possível tentativa de não exploração do outros, cai em terra com uma pequeníssima frase que, pasme-se, foi louvada por uma grande maioria que o glorificou como o jovem David que conseguiu calar a doutorada Golias. E só serviu para camuflar a verdadeira dinâmica desta crise, que desde já afirmo ser a matéria do meu próximo post, de ética, de solidariedade e de interajuda de e para todos. Infelizmente, só posso concluir que estamos, lentamente, a ser ensinados a interiorizar a melhor forma de fazer pipocas…

quarta-feira, 8 de maio de 2013

Abertura á Opinião

Olá car@s, recentes, seguidores deste novo blogue, mais um para somar as montanhas deles que neste mundo existem, é com enorme prazer que vos dou as Boas-Vindas a este que é o Opinião do Contra. Não, não somos dois senhores que vêm aqui dizer que tudo está mal e ponto final, pelo contrário, somos dois senhores que querem aqui mostrar, a todos os que quiserem, o que na nossa opinião afecta o nosso dia a dia a todos os níveis, fazendo-o com consciência e educação, e apresentando também propostas para melhorar essas situações.

E eis que, vem mesmo a calhar, a Privatização dos CTT volta a estar na rua, retratada pela comunicação social como um ponto de indignação neste país graças às recentes lutas (às quais aproveito para dar a minha saudação e total apoio) de habitantes de variados conselhos e freguesias contra esse tema que assombra muito boa gente.
Esta medida, e outras tantas, de privatização de bens nacionais necessários e preciosos, do Governo é mera estratégia financeira, de um grupo de senhores que integram o elenco do filme "O Extreminador" como dizia a deputada do BE hoje, medida(s) essa(s) que nos mostram que para eles os bens nacionais são maquinas de fazer dinheiro, maquinas de lucro e que portanto devem ser privatizados, mas há uma mensagem que se quer deixar bem clara por entre a poeira : Os Correios não são nem podem ser um lucrativo negócio de alguns. Os Correios são do Povo!

Esta mensagem é o resumo do que o Povo quer! Querem mostrar que os Correios são um serviço público e fundamental para a população Portuguesa.

Pois bem, deixo então aqui a minha palavra de solidariedade e de coragem para essas pessoas que lutam pelos seus direitos, pelas suas liberdades, pelos seus serviços, que para tal conquistar se destruíram por vezes muitas vidas, e que não vão abrir mão deles facilmente nem muito menos com contratos ou pactos com o Governo ou outros.

Mais um Roubo para juntar a todos os outros... Mais um ataque às conquistas, às populações, tudo às escuras sem justificação a dar a ninguém!

Acho que o melhor a dizer para terminar esta primeira e não ultima publicação deste blog é : A LUTA CONTINUA AMIGOS!